quinta-feira, 5 de junho de 2008


2 comentários:

Anônimo disse...

3 TEMPOS

Densa pausa na vida intensa.
lenta
a borboleta se dsdobra
úmida
e não voa.

Pendurada
estremece atenta
amadurece o momento

para quê pressa
a vida vem
a seu tempo.

Vale o instante do vôo
e vale o instante da espera


Poema do livro "Na boca do balão"
Magdalena, 1995

Anônimo disse...

Perder a minha mãe é como perder uma inocência,
inocência da morte

Madazinha,
em mim, no calor, na luz
nos conhecimentos,
no sangue.

Sentindos na mão,
nos fluxos.

Em agosto de dois mil e seis, quando iniciei o mestrado,
a Madá ficou sabendo que estava de câncer e agente também.
O médico disse pra ela fazer tudo o que ela tinha vontade!

O único remédio é tb prejudicial a saúde, apenas um prolongamento da doença e talvez quem sabe uma chance em mil de superar.

Inocência da concretude
Concretude da inocência
Colagem borra
Barroca!

Posicionamento no espaço,
visão abrangente
Linhas do hemisfério, transversal e perpendicular.
Posição no sistema solar.

Inocência versus posicionamento.

A doença não é também viva? então porque ela quer morrer?

Dando aulas, cada vez mais, confirmo a idéia de que as relações entre professor e aluno, tem que ser individualizadas,
tornando o conhecimento ainda mais preciso.
Presente (é corporal) e efêmero (da memória, memorial).

Como pensar o balão colorido pra levar as cinzas de Madá..
como memorar os momentos e luzes que Madá clareou entre agente
a alegria de sempre!
mesmo sabendo que ia morrer
(o que nunca aconteceu!)
Porque essa tal de morte ninguém entende não viu,
acho que agente acha que já sabe o que é,
mas a inocência mesmo, agente perde quando um ente querido se vai.

neste momento, onde esta marcado a data do nosso desaparecimento entre os vivos,
a Mullher é forte viu, definitivamente.
claro que, como humanos, temos nossas características.
mas ela, vou te falar, uma mulher e tanto.

Quase a incomodava o tanto que dizia a ela de sua grandeza
Mas uma coisa que me dá prazer hoje
é saber que pude na minha medida dizer muitas vezes isso a ela
O tanto que a admirava e tantas coisas
Fazia o que estava ao meu alcance até o fim,
Pra satisfazer os desejos dela,
Como um caso de amor mesmo,
a disposição,
de olhos bem fechados.

mãezinha querida
sempre viva,

Salve Madá!!