domingo, 11 de maio de 2008


6 comentários:

Anônimo disse...

Recebi com muita tristeza a notícia da morte da Magdalena.


Não a vejo desde os tempos do Colégio Integrado e tive poucas notícias suas desde então. Ao saber da notícia pelo Marcelo eventos começaram a chegar à minha cabeça.

Eu costumo fazer a pergunta “O que é importante na vida ?” onde procuro isolar o marcante do simplesmente acontecido.

Para mim o importante é aquilo, que entre milhões de outras coisas, ficou gravado em minha memória.

Não nos lembramos de todos os filmes, só de algumas cenas dos filmes que nos mudaram.

Eu me lembro muito da Magdalena, de sua vitalidade, de sua capacidade de nos surpreender e nos contagiar. Mais que nossa professora de francês ela foi uma educadora em tempo integral. Nós estudamos num pequeno livro de francês: De la langue aux idées, recheado de textos contemporâneos de bons autores nem todos franceses. Foi onde conheci os escargots, de Jacques Prevért, que iam ao enterro de uma folha morta, o Rhinocerós de Ionesco, e a angustiante cena de Esperando Godot de Samuel Beckett onde dois personagens solitários e perdidos no palco se perguntavam “Et si on se pendait ? (e se no enforcássemos ?)” .

De noite Magdalena nos deu algumas classes de puro diletantismo onde aprendemos canções infantis francesas:

Vent, vent
Vent frais du matin
Vent qui souffle au sommet
Des grands pins
Vent, grand vent

Et sifflet dans le vent

Ainda em paralelo ela nos ensaiou na peça “La Farce de maître Phatelin”, com Marcelinho no papel principal. Os encontros eram no Sítio do Pica pau amarelo, escola infantil que ela criou e que naquela época ficava em algum lugar depois da praça Raul Soares. A direção foi de Pedro Paulo Cava. A Rita era a Guillemette, mulher do mestre trapaceiro. O Marcelo fingia um mal estar e repetia : “Ah, Guillemette, Guillemette, un peu d’aux rose, Guillemette. “

Quanta coisa importante vivemos e aprendemos em tão pouco tempo. Que convivência privilegiada tivemos...

O importante da vida é aquilo de que nos lembramos e isso aconteceu há 36, 37 anos atrás.

Magdalena foi uma referência em nossas vidas e muito de sua luz continua entre nós.

Anônimo disse...

Infelizmente não estaremos aí pessoalmente para participarmos desse dia. Estamos longe, aqui no Canadá e só retornaremos em meados de julho.

Gostaria de estar aí pra cantar, comemorar e me alegrar com a vida maravilhosa da nossa querida Madá. Sou parte dela e sei que ela mora comigo também no coração.

Um beijo grande pra vcs.
Lembro-me muito dela aqui, especialmente da grande gargalhada. É com ela que eu fico.

beijos,
Marines

Anônimo disse...

Lidia, Ana, Inês, Maria, Ivan, Pedro e Bernard :

Voici ce que j’ai essayé d’écrire pour le jour du balao de Magdalena
J’ai d’abord essayé d’écrire un petit texte. Mais j’ai bien du mal à exprimer vraiment tout ce que je ressens en portugais.
Le voici :

« Um dia, quiz sair da minha terrinha fria para descobrir o mundo.
E cheguei, nao foi por acaso, na Magdalena.
Depois de dez minutos de conversa, eu jà tinha descobrido uma grande mulher e uma grande amiga com quem compartilhei e troquei tantos momentos lindos e que nunca mais esqueci na minha vida.
Atravès da Magdalena, descobri uma outra visao do mundo e do ser humano. Aprendi a olhar os outros sempre do melhor lado que seja.
Como é que essa mulher conseguiu sempre a fazer surgir as coisas lindas de cada ser humano. Alèm de ser uma mamae para os filhos, uma amigona para os amigos, ela sempre foi uma educadora extremamente experte para ajudar o mundo a melhorar-se. Foi tambem politica, guerreira, artista, criadora, palhaça…. E mulher: GRANDE mulher !
Mesmo se hoje, tudo esta continuando sem ela, desaparecida, ela nunca sera « desexistida » !! Pois nao : ela marcou a passagem dela em tantos coraçoes, deixou tantas pessoas alegres e transformadas.
Ela nao atravessou este mundo por nada. Deixou tanto para todos : meninos, jovens, adultos, velhos e …mundo!!!
Obrigada Magda ! E mesmo de longe, estou sentindo muita a sua falta. »

Ensuite, j’ai trouvé un poème indien qui me fait beaucoup pensé à Magdalena et à sa décision de s’éparpiller dans l’air : Comme elle adorait la poésie et qu’elle en a beaucoup écrit, et spécialement les derniers temps, j’ai eu envie de personnaliser et de transformer ce poème spécialement pour elle.


"Quand je ne serai plus là,
Relâchez-moi, laissez-moi partir.
J’ai tellement de choses à faire et à voir.
Maintenant, il est temps de voyager seule.
Laissez les souvenirs apaiser votre douleur.
Je ne suis pas loin et la vie continue…
Si vous avez besoin, appelez-moi et je viendrai.
Même si vous ne pouvez me voir ou me toucher, je serai là.
Et si vous écoutez votre cœur, vous éprouverez clairement la douceur de l’amour que j’apporterai.

N’allez pas sur ma tombe pour pleurer
Je ne suis pas là, je ne dors pas,

Je suis les mille vents qui soufflent
Je suis les scintillements des cristaux de neige,
je suis la lumière qui traverse les champs de fleurs
Je suis la douce pluie de la rosée
Je suis l’éveil des oiseaux dans le calme du matin
Je suis l’étoile qui brille dans la nuit

N’allez pas sur ma tombe pour pleurer,
Je ne suis pas là, Je ne suis pas morte.

Mais quand je ne serai plus là,
Relâchez-moi, laissez-moi partir.
J’ai tellement de choses à faire et à voir."


Lidia, Ana, Inês, Maria, Ivan, Pedro e Bernard,
eu estou pensando muito em voces todos,
especialmente nesses dias.
Nao poderei ir ao encontro em Paris, mas estarei muito perto de voces com o coraçao bem apertado.
Saudades de voces todos


Lhe desejo um dia do balao lindo maravilhoso
Com muitas alegrias e com muita fe para o futuro do nosso mundo maluco

Beijos para todos
Claire

Anônimo disse...

Lídia, Ana, Inês, Pedro e Ivan:

Não pude estar presente na homenagem à Magdalena. Estava viajando e, embora tenha feito o possível para estar lá, não consegui chegar em tempo. Mas meu pensamento e meu sentimento estavam lá: lembrei-me muito dela, do quanto ela foi e é importante pra mim, por sua alegria, sua leveza, sua sabedoria, seu amor pela vida, sua capacidade de amar e acolher. Me sinto feliz por tê-la conhecido e por ter conhecido todos vocês. Um grande abraço.

Anônimo disse...

Pra Madá




Gente é pra brilhar
há muito nos diz Madá
Mas onde encontrar esse brilho
que brilha mais que a vida
mais que a vontade?
que energia é essa?
que contagia, incendeia
deixa a gente em sintonia

é esse seu saber de palavras e sentimentos
que cativa, provoca e assanha
um tesão, sem dúvida
de viver, amar e ser
tudo com intensidade,
nada de bundice
de lerdeza
a vida não é pra ser desperdiçada
e você é exemplo vivo disso
espaço pra gente ser feliz
aconchego da amizade e do amor
calor no frio e refresco no ardor
sabedoria sem limites e sem controle

difícil de te traduzir
mas muito fácil de te amar
de sentir bem debaixo das suas assas
imensas, não de poder, mas de querer
você quer o mundo e faz a gente querer também
faz ver de outros prismas
rever as cismas
cismar com o marasmo

o espaço da existência,
podemos até fingir que não importa
mas talvez seja tudo o que tenhamos
por outro lado, o eco da nossa energia
é sinergia nos que nos amam
mesmo na nossa ausência
assim, nossa sobrevida
nas memórias e corações
nas ações que se propagam
uma fresta para a sonhada eternidade

o tempo que temos
nunca saberemos,
mas a sua vibração
Madá, meu amor
essa é um pedaço de ti
vivo nessas histórias todas
lindas, que circulam por esse mundo de meu deus
por isso, a hora é de celebrar
a tua presença tão incrivelmente
maravilhosa junto da gente

pra mim, um milagre da vida
eu ter um dia entrado na sua história
e você na minha

beijo

19/09/2006

Anônimo disse...

Magdalena foi amiga, irmã,colega de estudos e travessuras, no Rio, na França, na Rússia, na vida. Nunca esquecida pelos que a amaram.Bjs